domingo, 25 de outubro de 2015

IONTOFORESE - Transferência Iônica


O que é ?

Iontoforese, também chamada transferência iônica, é a introdução de substâncias no corpo
com objetivos terapêuticos por meio de uma corrente direta. Cada substância é separada em
seus componentes iônicos por ação da corrente e depositada subcutaneamente, de acordo com
a polaridade imposta pelo eletrodo
(Kahn, 2001).



A iontoforese nos propõe a aplicação de fármacos por meio de corrente elétrica de acordo 


com polaridade, patologia e medicamento utilizado.




Por meio da adaptação para flutuações na resistência do tecido, os
geradores de iontoforese (iontoforessores) produzem uma saída de voltagem constante,
ajustando-se a amperagem.

Os tipos mais comuns de medicação utilizados na iontoforese

incluem anestésicos, analgésicos e anti-inflamatórios.
(Starkey, 2001).




A iontoforese é capaz de facilitar a administração de compostos carregados e de peso

molecular alto que não podem ser efetivamente administrados aplicando-os à pele. A
iontoforese é útil porque parece superar as propriedades resistivas do estrato córneo aos íons
carregados. Ela diminui o tempo de defasagem de absorção, enquanto aumenta a taxa de
administração quando comparada com aplicação passiva na pele. Uma vantagem primária é a
capacidade de fornecer liberação pontiaguda e sustentada de uma droga, reduzindo a
possibilidade de desenvolver tolerância. A taxa na qual um íon pode ser administrada é
determinada por vários fatores, incluindo concentração, pH da solução, tamanho molecular do

soluto, densidade da corrente e duração do tratamento
(Prentice, 2004).


Descreve-se como uma corrente unidirecional, galvânica, que introduz um fármaco no
organismo através da pele, é indolor, estéril e não invasiva. É uma corrente de baixa
intensidade que estimula o medicamento a nível transdérmico. Os íons penetram no tecido pela
repulsão proveniente do pólo do eletrodo que é de mesmo sinal do medicamento, soluções
aquosas ou pomadas que se dissociam em íons. Estes são reabsorvidos pela rede local e
levados pela circulação sangüínea a todas as regiões do corpo. A profundidade de penetração
depende da circulação e da velocidade de absorção do íon pelo tecido.

Este método ocorre pelos efeitos polares da corrente unidirecional,
seja ela contínua ou pulsada, não sendo uma propriedade exclusiva da corrente galvânica.
Quando se estabelece um gradiente de potencial de corrente através da pele intacta, os íons
fluem pelos caminhos de menor resistência. Foram identificados vários trajetos porosos, como
glândulas sudoríparas ou sebáceas, os folículos pilosos e as chamadas imperfeições cutâneas.
Uma vez penetrado na pele, os íons medicamentosos se combinam com os íons e os radicais
livres existentes no sangue, para formar novos compostos. Se depositarmos na esponja que
reveste o eletrodo uma substância medicamentosa, esta será repelida ou mantida na esponja,
dependendo da polaridade do eletrodo e da polaridade iônica do radical ativo do medicamento
em questão.
(Agne 2005).


História


A iontoforese é usada a mais de um século e já era mencionada na literatura desde os anos

1700 e 1800 (Kahn, 2001).

Foi primeiramente descrita por Le Duc , em 1903, como técnica de
transportar produtos químicos através de uma membrana por corrente elétrica como força
motriz
(Prentice, 2004).



De acordo com Oliveira, Guaratini e Castro (2005), Le Duc demonstrou que os íons eram

transferidos para a pele pela ação de corrente elétrica contínua e comprovou que essa
transferência era pólo orientada, ou seja, dependia da polaridade do íon e do eletrodo sob o
qual era colocado. Desde então, muitos estudos têm sido conduzidos para identificar quais 
substâncias medicamentosas são viáveis para esse processo de transferência, além de

demonstrar os níveis de penetração, distribuição e efetividade da técnica em condições clínicas.


O experimento de LeDuc

Consiste na colocação de dois coelhos unidos entre si por eletrodos
embebidos com água e para fechar o circuito, aplicou num coelho o ânodo, e no outro o
cátodo. No ânodo adicionou estricnina; ao cátodo, solução com cianeto. Ao fazer passar a
corrente, em poucos instantes o coelho que foi aplicado o ânodo (pólo +), morre com sintomas
característicos de envenenamento por estricnina. Enquanto, o outro morre com sintomas
característicos de envenenamento por cianureto, significando que a estricnina (+) foi rejeitada
para o interior do coelho e o cianureto (-) também foi introduzido pelo cátodo. Depois disto,
repetiu-se o experimento de maneira que somente houve a troca de polaridade dos eletrodos.
Neste caso, nenhum dos coelhos morreu e mantiveram-se nas esponjas os compostos ativos
das soluções (estricnina e cianureto)

Nesse experimento, LeDuc evidenciou a penetração de íons através da pele, o qual 
demonstrou que as drogas podem ser transportadas para o interior dos tecidos, ou ficarem 
mantidas nas esponjas, de acordo com as suas características polares, facilitada pela corrente 
elétrica.

(Agne, 2005).

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